Alguns anos atrás, me deparei com uma
garotinha que segurava uma rosa em sua mão, segurava como quem segura um
tesouro, como se aquelas pétalas fossem seu grande e maior tesouro. Mas era só
um flor, dentre tantas outras e não entendi porque aquela havia de ser tão
especial. Descobri que não era a rosa, mas as memórias que nela havia, aquela
rosa vinha de uma roseira da casa do vizinho, da casa onde antes morava seu
melhor amigo, seu primeiro amor.
Aquela simples rosa a fazia se sentir bem, se sentir segura, e no
fim das contas, era isso que importava. Ele havia partido, mas a memória dele a
fazia sorrir, ele a fazia ser mais feliz do que muitos que achavam possuir
tudo, mas que nada tinham para amar, para apertar contra o peito, nada que
valesse a pena recordar.
De que adianta ter e não ser, ter tudo para ser feliz e viver com
lágrimas escorrendo pelo rosto. De nada adianta viver sem vida, sorrir sem
vontade, de nada adianta fingir estar bem quando a dor persiste em dor a cada
pulsar, insiste em lembrar e vai te destruindo aos poucos, te tornando mais
fraca, mais frágil, mais morta, porque no fim, o que conta mesmo é ser feliz.
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