Eu tentei te escrever uma carta
de amor, eu tentei fazer com que o meu amor fosse o bastante, eu tentei ainda esquecer
as dores, descobri então que você não tentou evitá-las, descobri que ações nem
sempre valem mais do que palavras e me decepcionei, com a pior pessoa que
poderia me decepcionar, comigo.
Tentei
também me lembrar de como eu era, do que eu tinha e tudo me fugia à mente,
agora só havia você e era só isso que importava, era o bastante. Foi o
bastante, mas não mais poderia ser. Era preciso descobrir de onde tirar forças
agora que tudo havia se esgotado, que todos haviam ido embora e eu fiquei,
fiquei pra guarda-los, pra lembra-los, pra sentir a falta e pra “chorar como nunca fui capaz contigo”, e tentar “enfrentar a insônia como gente grande”.
Então eu chorei, e chorei de
novo, e mais um pouco talvez. Descobri que algumas dores não irão embora,
simplesmente não irão, mesmo que você tente, mesmo que sorria, ou dança, ou
cante, ou beba, ou chore, pois não irá se apagar o amor, nem as dores que ele
deixará, quando se forem, quando ele se for.