segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

Tentativas


                Eu tentei te escrever uma carta de amor, eu tentei fazer com que o meu amor fosse o bastante, eu tentei ainda esquecer as dores, descobri então que você não tentou evitá-las, descobri que ações nem sempre valem mais do que palavras e me decepcionei, com a pior pessoa que poderia me decepcionar, comigo.
                Tentei também me lembrar de como eu era, do que eu tinha e tudo me fugia à mente, agora só havia você e era só isso que importava, era o bastante. Foi o bastante, mas não mais poderia ser. Era preciso descobrir de onde tirar forças agora que tudo havia se esgotado, que todos haviam ido embora e eu fiquei, fiquei pra guarda-los, pra lembra-los, pra sentir a falta e pra “chorar como nunca fui capaz contigo”, e tentar “enfrentar a insônia como gente grande”.
                Então eu chorei, e chorei de novo, e mais um pouco talvez. Descobri que algumas dores não irão embora, simplesmente não irão, mesmo que você tente, mesmo que sorria, ou dança, ou cante, ou beba, ou chore, pois não irá se apagar o amor, nem as dores que ele deixará, quando se forem, quando ele se for.

quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

De dores de amores


             Me dói no peito, e por mais que eu tente, não vai passar. Me dói a dúvida, me dói o medo, me dói de raiva. Te perco aos poucos sem te perder, te perco dentro de mim apenas por sentir, por saber que apesar de ser meu, não é meu de fato, não é unicamente meu.
          Não há como não querer chorar, ou fugir. A falta da presença sufoca, mas a presença dividida machuca. Talvez seja hora de colocar a cabeça no lugar e descobrir o futuro, talvez tentar entender um pouco o que se passa, o que se há de passar. Chorar todas as lágrimas a muito guardadas, os gritos a muitos presos na garganta, deixar as feridas curarem.
            Não culpe a minha dor, não julgue o meu sofrer, nem tente enxugar minhas lágrimas, elas precisam escorrer, é necessário sofrer o que se tem de sofrer. Mas não tema, meu amor é eterno, é pleno, é certo, é só seu.