No palco tudo é mágica, tudo se
deve! Sorrisos encenados durante horas no espelho, frases feitas, erros
despercebidos. O palco vem pra nos fazer viver. A arte de encenar a vida, o
maior de todos os espetáculos, o mais longo e o mais difícil.
No final de cada ato, a revolta,
a solidão, o silêncio que nos grita tudo que tentamos deixar passar, e nos
concentramos nos aplausos da platéia sem fim. Nos bastidores, aqueles que nos vêem
de verdade, sem as mascaras, sem os personagens, sem a velha e cansada
encenação.
E o que é bastidor pra uns, é
parte da cena de outros. E as cenas vão correndo e a vida vai correndo, e vamos
deixando escorrer nossa essência, até que notamos o quanto mudamos, o quanto o
personagem entranha na pele do ator e o transforma.
A espera quase que sufocante para
que se fechem as cortinas no fim do dia, a vontade de que se encerrem os espetáculos,
que o ator possa enfim se aposentar, e descansar, quem sabe até sorrir, sem
encenar.