Foi devagarzinho e sem notar, de
repente, acabou. Fechei o livro de uma forma doce, e respirei fundo como há
muito não fazia. Estranho como um simples livro pode nos fazer sentir. Foi de
uma leveza, eu me senti tão bem.
Pensei em você ao terminar, o que
não deve estar relacionado ao livro, já que penso em você com uma frequência
que me incomoda até os ossos. Ainda assim, achei válido dizer, pensei em você.
Não se sinta grande por isso, não pensei em você apenas, pensei em outros dois.
O primeiro, pensei por conta do
livro, o outro, pela leveza da alma que sentia naquele momento. É
impressionante que não importa pra onde fuja, no fim, tudo me volta a vocês o
que me deixa em agonia, por querer parar com essa mania autodestrutiva.
Bobagem minha ficar por ai
pensando em uns e outros como se ainda fizessem parte da minha vida ou como se
algum dia fosse fazer, mas não pude evitar. Aquele fim de leitura, aquele pôr
do sol e aquele monte de sentimento acumulado, aquele caminhão de palavras não
ditas e as respirações fundas, que tentavam limpar minha alma.
Foi ai que eu notei, passou.
Aquelas páginas, de alguma forma, iniciou um processo de cura em mim. Um dia
contarei diretamente a você, a vocês três. Eu me curei, eu não penso em vocês, não
desejo falar com você, não sinto dor, não choro. Nesse dia, beberei em
homenagem a um, fumarei em homenagem a outro, dançarei em homenagem a outro e me
masturbarei até gozar, mas isso será em minha homenagem mesmo.