quarta-feira, 2 de abril de 2014

A um passarinho

           Ele estava certo, em tudo. Quando paro para escutar suas letras, para recitar cada verso de minha vida colocado em forma de poema, me surpreendo. Ele não me conheceu, não a pessoa, mas descreveu minha alma como ninguém havia feito. E em meio à solidão, a pia de pratos que espera ansiosa e o barulho da TV pela ilusão de ter alguém por perto, me pego escrevendo.
            Resolvi escrever e pensei, sobre o que? Sobre amor, talvez, mas não seja apta a fazê-lo, de fato, ninguém realmente é. Devo saber discorrer melhor sobre ódio, mas não é algo que valha a pena ler. Quem sabe então sobre a esperança, ainda que não me tenha sobrado muita. No fim, é a solidão que me toma, me nina em seus braços, me traz as palavras e o cansaço, meus olhos caem sobre as páginas, sobre o teclado, sobre meus sonhos.
            Não sei de fato o porquê de está escrevendo agora pra você, caro leitor, sobre coisa alguma. Acredito que seja só um desabafo entre linhas para que você me tire o peso, mas não precise carrega-lo, por não saber de fato do que se trata. Devo, no entanto, confessar que nunca gostei de tentar adivinhar o que se esconde nas entre linhas, sempre tive a maldita mania de interpretar erroneamente os fatos.
            Caso lhe sirva de consolo, talvez nem eu saiba do que estou falando, talvez eu só precise conversar. Essas palavras soltas que lhe dedico não são nada além de pensamentos confusos que já estavam me fazendo doer à cabeça e precisavam sair de alguma forma.
            Como eu disse, anteriormente, a solidão caiu sobre meus olhos, eles cansaram de procurar alguém ao redor e se fecharam. Hora de dormir, de sonhar, de buscar algo que a realidade não pode me oferecer. Hora de tentar me reinventar. A você, que agora me tira um pouco do peso que carrego, o meu MUITO OBRIGADO!

            

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