Ele estava certo, em tudo. Quando paro para escutar suas
letras, para recitar cada verso de minha vida colocado em forma de poema, me
surpreendo. Ele não me conheceu, não a pessoa, mas descreveu minha alma como ninguém
havia feito. E em meio à solidão, a pia de pratos que espera ansiosa e o
barulho da TV pela ilusão de ter alguém por perto, me pego escrevendo.
Resolvi
escrever e pensei, sobre o que? Sobre amor, talvez, mas não seja apta a
fazê-lo, de fato, ninguém realmente é. Devo saber discorrer melhor sobre ódio,
mas não é algo que valha a pena ler. Quem sabe então sobre a esperança, ainda
que não me tenha sobrado muita. No fim, é a solidão que me toma, me nina em
seus braços, me traz as palavras e o cansaço, meus olhos caem sobre as páginas,
sobre o teclado, sobre meus sonhos.
Não sei de
fato o porquê de está escrevendo agora pra você, caro leitor, sobre coisa
alguma. Acredito que seja só um desabafo entre linhas para que você me tire o
peso, mas não precise carrega-lo, por não saber de fato do que se trata. Devo,
no entanto, confessar que nunca gostei de tentar adivinhar o que se esconde nas
entre linhas, sempre tive a maldita mania de interpretar erroneamente os fatos.
Caso lhe
sirva de consolo, talvez nem eu saiba do que estou falando, talvez eu só
precise conversar. Essas palavras soltas que lhe dedico não são nada além de
pensamentos confusos que já estavam me fazendo doer à cabeça e precisavam sair
de alguma forma.
Como eu
disse, anteriormente, a solidão caiu sobre meus olhos, eles cansaram de
procurar alguém ao redor e se fecharam. Hora de dormir, de sonhar, de buscar
algo que a realidade não pode me oferecer. Hora de tentar me reinventar. A
você, que agora me tira um pouco do peso que carrego, o meu MUITO OBRIGADO!
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