De repente, as
músicas de Chico fazem sentido como nunca antes, “o meu amor” e “eu te amo”
começam a te completar. De repente, você sente seu coração acelerar a olhar
aquela foto que você havia olhado segundos antes. De repente, a saudade é instantânea
quando há mais de dois passos de distancias entre seus corpos.
Do nada, as
cores ganharam uma tonalidade diferente e os sabores são outros. Você nota que
olha para o celular várias vezes em um mesmo minuto. Que todas as suas certezas
se tornaram incertas e você vive temerosa de que tudo acabe, de que algo possa
atrapalhar toda a felicidade que agora lhe preenche o peito. Você passa a se
sentir frágil, dependente, sensível, você se desconhece sendo você mesmo.
Os romances saem das páginas dos inúmeros livros
guardados na estante e você começa a notar em cada esquina um Cyrano, uma
Julieta, começa a ver que se pode sim haver mais, vai de contra toda essa falta
de sentimentalismo dos dias atuais e passa a acreditar naquele amor que nos
contaram um dia em historias para dormir, só pela simples esperança de poder
dizer que um dia eu amei, e fui amada e sou amada e que os romances nunca terão
fim.
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