sexta-feira, 9 de novembro de 2012

Musicalizar-se em dor



           Às vezes fica difícil de acreditar, simplesmente impossível. Acreditava que o amor superava tudo. Pra que vocês foram me iludir? Inebriei-me de Caetano, tomei doses de Chico e acabei por chorar com as ilusões que Tom e Vinicius me causaram. Vocês me enganaram e me traíram, mas ainda amo vocês. Talvez seja esse o amor eterno que tanto falaram.

      “Que seja infinito enquanto dure

Pois não foi e doeu, doeu mais do que eu podia suportar! Eu quero gritar com você, quero gritar com todos, com tudo, não quero o amor, não quero o seu amor (que nunca foi, em fato, de todo meu). Quero paz. Quero a minha paz. Talvez a gente volte a se encontra em um ano, talvez dois. O tempo de conseguir olhar pra você sem sentir essa dor que me consome o peito, que me machuca a alma, que me faz me odiar, porque te amo tanto que não consigo odiar a você.

                Eu sei e você sabe, já que a vida quis assim, que nada nesse mundo levará você de mim

Ah... Doce engano! Pois me levaram você. Levaram-me tudo que havia de bom em mim, tudo que havia de sentimento. Eu vou passar por cima de tudo, eu vou me reerguer, por mim. Eu não existo sem você, mas vou aprender. Erro meu ter esquecido tanto de mim na intenção de apenas te amar. Mas vou voltar a amar a mim, pois sem mim não vivo e sem você eu sobrevivo, ainda que sem vida!

                Me conta agora como hei de partir”?

Conta-me então como partiu? E como partiu a mim dessa forma? Conta tudo, ou melhor, não conte nada. Prefiro viver na minha ignorância. Prefiro eu mesma dar as respostas que melhor me ajudarem a acordar e conseguir levantar da cama pela manhã sem pensar que está em outros braços. Prefiro imaginar, talvez, que tudo não passou de um sonho bom e que é hora de acordar.

                Solidão apavora. Tudo demorando em ser tão ruim, mas alguma coisa acontece no quando agora em mim, cantando eu mando a tristeza embora

E eu vou cantar. Vou cantar aos quatro ventos até não haver mais voz, até que minha garganta não mais aguente. Vou cantar pra forjar minha felicidade. Vou cantar pra não pensar em você. Vou cantar pra disfarçar tanto amor, tanta dor, tanto tudo. Vou cantar pra minha solidão. Vou cantar pra que não escute o meu choro. Vou cantar. E só.

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