Foi involuntário, quando dei por mim o cigarro já estava na
minha boca, aquelas tragadas que me esquentavam por dentro, se faziam
necessárias. O whisky me confortava, mas nada se comparava aquele maço de
cigarros. O cheiro, a dor que me causava cada tragada com aquela garganta
fudida e uma puta vontade de você.
O celular
largado ao lado do sofá só me dava à certeza que você não me queria mais,
afinal, ele não tocava. Nem uma ligação, nem uma mísera mensagem, no entanto, o
resto da casa tão cheia de você. Seus livros, perfumes, vestidos. Aquele
maldito sofá no qual agora deito sozinho. A nossa cama, o nosso banheiro, a
nossa casa, em tudo só faltava você.
Porta a
fora caía uma enxurrada de lágrimas vindas dos céus, até ele compreendia minha
dor e chorava comigo a sua ausência. Tantas vezes te fiz chorar, quanto
arrependimento couber em mim, é o tanto que terei. Faz-me falta sua presença,
me corrói essa saudade de você que só faz aumentar.
E se te
conheço bem, já deve estar em outras bocas, em outras camas, tentando te tirar
de mim a cada transa frustrada por desejar a cada gemido que fosse eu ali, te
tocando, te comendo, te amando. Então me deixa ser, só mais essa vez, o gosto
que está na tua boca!
Pedido
atrevido e insensato, eu sei, mas não julgue assim a um homem apaixonado. Sim,
apaixonado. Por mais que eu tenha gritado que não, por mais que eu tenha agido
da maneira que agi, fui sim e ainda sou completamente apaixonado por você, por
tudo que há em você.
Eu disse
que não, mas sou apenas um mentiroso desesperado, não sabia o que fazer ao
pensar em te perder. Não foi só tesão, não foi só prazer, não foi só carne, foi
muito mais coração. E agora cada lembrança de cada toque me deixa cada vez mais
frustrado em pensar em nunca mais te ter.
Cambaleando
volto todas as noites para o nosso quarto e me jogo no lugar que um dia você
ocupou. Adormeço entre lágrimas, lembranças e whisky, no dia seguinte, recomeça
essa maldita jornada em busca de tudo que há em dentro de mim e que seja um
pouco de você.
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